O Brasil tem quase 3 mil lixões
funcionando em 1.600 cidades, segundo relatório da Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Por lei, todos os
lixões do Brasil deveriam ter sido fechados até 2014, prazo dado pela Política
Nacional dos Resíduos Sólidos.
O levantamento da Abrelpe mostra que, de 2016 para 2017, o
despejo inadequado do lixo aumentou 3%. A produção de lixo no Brasil também
aumentou no ano passado. Cada brasileiro gerou 378 kg de resíduos no ano, um
volume que daria para cobrir um campo e meio de futebol.
Junto com esse aumento do lixo produzido, também subiu a
quantidade de resíduos que vão parar em lixões, com impactos negativos para o
meio ambiente e para a saúde pública. Estudo afirma que o país gasta R$ 3
bilhões por ano com o tratamento de saúde de pessoas que ficaram doentes por
causa da contaminação provocada pelos lixões.
"Os impactos dos lixões, que contaminam a água,
contaminam o solo e poluem o ar, afetam diretamente a saúde de 95 milhões de
pessoas, sejam as que vivem no entorno desses lixões, muito próximos, ou
aquelas que consomem ou a água ou os alimentos produzidos nessas áreas que
estão contaminadas, trazendo uma série de problemas de saúde", afirma
Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe.
Segundo os dados da Abrelpe, 90% das cidades brasileiras
têm coleta de lixo, mas só 59% usam aterros adequados.
O Ministério do Meio Ambiente disse que o maior impedimento
para tratar o lixo é a falta de recursos dos municípios e sugere medidas como a
cobrança de uma taxa de lixo, o agrupamento das cidades em consórcios para ratear
as despesas.
Disse ainda que existem ações previstas para ajudar os
municípios nos Ministérios da Saúde e das Cidades, mas não há perspectivas de
que os recursos federais sejam suficientes para suprir as demandas.
Dados do IBGE
Quase metade
das 5.570 cidades brasileiras não tem atualmente um plano integrado para o
manejo do lixo, segundo o Perfil dos Municípios Brasileiros (Munic 2017),
divulgado Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em julho deste
ano.
Segundo a legislação brasileira, o plano integrado tem 19
itens obrigatórios que incluem metas de redução da quantidade de rejeitos por
meio de reciclagem e reutilização de materiais, diagnóstico da situação dos
resíduos sólidos no município, além de regras para transporte e outras etapas
do gerenciamento do lixo e limpeza urbana.
O estudo do IBGE apontou que a existência de um plano é
mais frequente nas cidades mais populosas. Nos municípios com mais de 500 mil
habitantes, 83,3% possuem um plano de manejo do lixo. Naquelas entre 5.001 e 10
mil habitantes, são 49,1%.
Em uma análise por população, o IBGE identificou que nas
cidades com mais de 50 mil habitantes, em termos relativos, ocorrem mais
impactos ambientais causados por falta de saneamento básico e destinação
inadequada de esgoto doméstico.
Por Elaine Bast, TV Globo
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