Nem os apelos da Presidente Dilma Rousseff salvaram a vida de Marco Archer
O brasileiro Marco
Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado na madrugada deste domingo
(18) na Indonésia– por volta das 16h deste sábado (17), horário de Brasília,
segundo a emissora local TV One. O plantão da Embaixada do Brasil em Jacarta
confirmou que ele está morto. O método de execução de condenados à pena de
morte no país é o fuzilamento.
O instrutor de voo
livre havia sido preso em 2004, ao tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de
cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo
raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Archer conseguiu fugir do
aeroporto, mas duas semanas depois acabou preso novamente. A Indonésia pune o
tráfico de drogas com pena de morte.
Além do
brasileiro, deveriam ser executados neste sábado um indonésio, um holandês,
dois nigerianos e um vietnamita.
Em entrevista à
GloboNews, o ex-cônsul do Brasil em Bali Renato Vianna afirmou que Archer e os
demais condenados à morte seriam transferidos para um lugar próximo à
penitenciária e depois fuzilados por 12 atiradores.
Questionado sobre
outros brasileiros anteriormente condenados pelo mesmo motivo na Indonésia e
que conseguiram se livrar da pena de morte, Vianna destacou que, no período, as
penas não eram tão rígidas com relação às drogas. Explicou ainda que a
legislação foi mudada há uns 15 anos.
A Indonésia é um
país tranquilo, bem aberto, mas eles são muito restritos com relação às drogas.
Se a pessoa for pega com um cigarro de maconha, ela vai ser presa e está
arriscada a passar até oito anos na cadeia, afirmou. Ele acrescentou que há 138
pessoas para serem executadas – metade são estrangeiras.
As leis da
Indonésia contra crimes relacionados a drogas estão entre as mais rígidas do
mundo e contam com o apoio da população. Com isso [as execuções], mandamos uma
mensagem clara para os membros dos cartéis do narcotráfico. Não há clemência
para os traficantes, relatou à imprensa local Muhammad Prasetyo,
procurador-geral da Indonésia.
Dilma fez apelo –
Além de Marco Archer, outro brasileiro aguarda no corredor da morte da
Indonésia, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, também por tráfico de
cocaína.
Nesta sexta-feira
(16), a presidente Dilma Rousseff fez um apelo por telefone ao governante da
Indonésia, Joko Widodo, para poupar a vida de Archer, mas não foi atendida.
Widodo respondeu que não poderia reverter a sentença de morte imposta a Archer,
“pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos
brasileiros foi garantido o devido processo legal”, segundo nota da
Presidência.
O assessor
especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco
Aurélio Garcia, informou que o governo brasileiro pediu ajuda ao Papa Francisco
contra a condenação à morte do brasileiro.
Fiz chegar à
representação da Santa Sé no Brasil um pequeno dossiê sobre o caso e me foi
assegurado que isso seria enviado à Secretaria de Estado do Vaticano para que
sua Santidade pudesse interceder em favor de uma atitude de clemência do
governo indonésio, disse.
O procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, enviou uma carta ao chefe do Ministério Público da
Indonésia para pedir que o governo daquele país adiasse por oito semanas a execução
de Marco Archer.
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