Os membros da
Defensoria Pública do Estado de Sergipe lamentam profundamente a perda
inesperada do defensor público titular da Comarca de Lagarto, Joaquim Prata
Souza, 67 anos, ocorrido na madrugada desta terça-feira, 22, no Hospital São
Lucas, onde estava internado há cerca de 15 dias para tratamento de um câncer
no pulmão e na coluna.
Joaquim Prata
ocupava o cargo de defensor público desde 1988. Sua trajetória profissional foi
pautada pela honestidade, dedicação e ética por cerca de 25 anos prestando
serviço à população carente de Lagarto.
Além de defensor
público, Joaquim Prata era professor e escritor. No dia 19 de abril de 2013,
tomou posse como imortal da Academia Lagartense de Letras, ocupando a cadeira
nº 3.
O defensor público
geral, Raimundo Veiga considera uma perda imensurável. “Dr. Joaquim pregou
sempre na vida a ética e seriedade, atendendo a todos os assistidos com
humildade e dedicação. Um cidadão respeitado na comunidade de Lagarto e
adjacências. Uma grande perda para o quadro funcional”, relembrou emocionado.
O subdefensor
geral, Jesus Jairo Lacerda, disse que hoje é um dia triste para todos os
defensores públicos. “Perdemos mais que um colega, um amigo que dedicou toda
sua vida em prol de nossa instituição. Que Deus o ilumine e que conforte o
coração da família”, expressa.
“Perdemos um
grande e honroso soldado no nosso exército de Defensores. Homem íntegro,
honesto com um sorriso característico. Um Defensor que honrou a profissão,
tendo uma grande importância para todos os cidadãos lagartenses que algum dia
precisaram da sua nobre atuação e defesa. Que descanse em paz Dr. Joaquim”,
disse a corregedora geral Isabelle Peixoto.
Para o membro do
Conselho Superior, Leó Neto, Joaquim Prata foi um grande defensor público. “Foi
um abnegado pela profissão e extremamente simpático, uma pessoa de bom coração.
Conhecia-me muito bem e a minha família, que é de Lagarto. Gostava muito dele,
foi uma grande perda”, enfatizou emocionado.
“A morte silencia
os vivos como forma de reflexão. A partida do amigo e colega Joaquim Prata nos
deixa impactados pela história da sua vida pessoal e profissional. Saudades,
pedido de consolo e conforto à família”, lamenta a defensora pública e
vereadora suplente de Aracaju, Emília Correa, filha de Jose Correia Sobrinho.
O corpo está sendo
velado no Velatório Marcelino, localizado na Praça do Bolinho, no município de
Lagarto. O sepultamento ocorrerá no Cemitério local às 16h.
Por: Débora Matos
Fax Aju
O SILÊNCIO DA FRATERNIDADE
Por: Rodrigo Freire de Amorim - I9Lagarto
Disse, outrora, o
poeta, que: “a noite abre as flores em silêncio e deixa que o dia receba os
agradecimento”, assim foi Dr. Joaquim Prata, que, como uma flor maviosa, exalou
pela sua trajetória serena e acolhedora, o mais belo e precioso perfume de
humanidade, consideração e respeito para com as pessoas que o circundavam.
Exímio jurista,
redator, historiador, poeta, contista, membro da Academia Lagartense de Letras,
detentor de uma intelectualidade aguçadíssima, e, principalmente, dono de um
coração que alimentava o amor e o carinho pelas pessoas, independente da classe
social que ocupavam; este foi e sempre será seu legado. Lagarto, com certeza,
perde um de seus mais ilustres filhos, sem direito a sucessor.
Eu fui vítima, no
bom sentido, é claro, deste ser incomparável, de amor incondicional, pois
recordo-me que, quando eu estava a cursar o segundo período da faculdade, ele,
no mais humilde degrau de sua sapiência, chamou-me para auxiliá-lo na
Defensoria Pública de Lagarto e eu, atônito, não sabia em que poderia ajudá-lo,
isto é, ser útil, pois ainda dava meus primeiros passos na academia, apenas
sabendo, no interior do espírito, que acompanhá-lo seria, como o foi, o maior
dos aprendizados, jamais ensinado em banco nenhum no âmbito acadêmico. Aquela
luz pulsante do convite, abriu-me as portas para um mundo novo e hoje,
justificadamente, sinto a ausência desse grande baluarte, que levarei agregado
comigo para todo o sempre.
Fica, aqui,
registrado, a importância de Dr. Joaquim na comunidade lagartense.
Inelutavelmente, ele não deixará apenas sua família enlutada, mas, também,
todos os cidadãos de Lagarto, que ficam órfãos do seu maior protetor jurídico,
exemplo de humanidade e amizade.
Adeus, querido
imortal, que o silêncio da fraternidade de sua companhia possa ecoar no mais
belo e singelo recôndito do paraíso, onde é o seu verdadeiro lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário