"Acompanho pacientes há pelo menos cinco
anos, já estive em diversos hospitais, inclusive em outros Estados. Há pelo
menos três meses venho aqui ao Hospital de Lagarto e posso dizer com segurança:
ainda não vi um serviço de higienização como o daqui, nunca vi nada parecido.
Realmente nem tem cheiro de hospital". A afirmação é do acompanhante do
paciente hospitalar José dos Santos Cerqueira, de 46 anos, natural do município
baiano de São Miguel das Matas, mas que reside atualmente em Simão Dias, também
na região Centro-Sul de Sergipe.
A declaração de José Cerqueira traduz o
reconhecimento de pacientes, familiares e acompanhantes à eficiência do serviço
de higienização do Hospital Regional de Lagarto, gerenciado pela Fundação
Hospitalar de Saúde (FHS). Assim como ele, a dona de casa Josefa Jeane de
Jesus, de 31, também elogia a manutenção da unidade.
"A limpeza daqui é muito boa. Vejo fazer
em todas as áreas, paredes e piso", disse a dona de casa, natural do
município de Tobias Barreto, enquanto acompanhava o filho de apenas 4 meses.
De acordo com o superintendente da unidade,
Oldegar Alves Júnior, o cuidado especial com a higienização sempre foi uma
prioridade da gestão do HRL desde sua inauguração. "Esta sempre foi uma
preocupação de todos os gestores, visando garantir uma maior tranquilidade aos
pacientes que já chegam em sofrimento à unidade de saúde: ofertar um ambiente
hospitalar mais limpo, sem o cheiro característico de hospital, proporciona não
somente maior conforto, mas também mais segurança na condução terapêutica do
paciente", ressalta.
Estrutura
Para manter todo o ambiente hospitalar limpo,
o hospital mobiliza uma equipe de 27 pessoas. De acordo com Nelson Menezes dos
Passos, gerente encarregado da empresa terceirizada responsável pelo setor, são
16 funcionários que trabalham na higienização na unidade pelo dia (das 7 às
19h), divididos em duas equipes que se revezam alternadamente durante toda a
semana. Já à noite, são mais oito colaboradores, que atuam das 19h às 7h do dia
seguinte, também distribuídos em duas equipes.

Já a segunda, destinada exclusivamente a toda
a superfície do piso do hospital, é realizada com a utilização de uma máquina
lavadora e extratora. "Ela dissolve a água no piso, faz a limpeza e,
automaticamente, já recolhe toda a sujeira do ambiente para a própria máquina,
salienta o gerente do setor. No caso da higienização manual, além do piso, é
feita em todas as instalações físicas do hospital, como as paredes e banheiros,
além do mobiliário e equipamentos.
Tipos de
limpeza
Do ponto de vista técnico, levando-se em
conta a legislação em vigor, são realizados dois tipos de higienização: uma
concorrente e outra terminal. A primeira é o processo de limpeza diária de
todas as áreas do estabelecimento, objetivando a manutenção do asseio, o
abastecimento e a reposição dos materiais de consumo diário, como sabonete
líquido, papel higiênico e papel toalha, a coleta de resíduos de acordo com a
sua classificação e em equipamentos fechados e apropriados para o fim.
Já a limpeza terminal é o procedimento de
limpeza mais completo, incluindo todas as superfícies horizontais e verticais,
internas e externas e mobiliários. É realizada após alta hospitalar,
transferências, óbitos, como também em datas programadas, sendo essencial para
um controle mais efetivo sobre as infecções hospitalares.
"No ano passado, readequamos todo o
processo de limpeza, mais especificamente a terminal, levando em consideração a
classificação das áreas", explica a enfermeira Ana Luiza Gonçalves Silva,
que integra o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do HRL.
Essas áreas, de acordo com a enfermeira, são
classificadas em críticas (UTI, Central de Material Esterilizado, Centro
Cirúrgico), semicríticas, a exemplo da Reidratação e da Clínica Médica, e
não-críticas, que engloba todo o setor administrativo e áreas por onde não
circulam pacientes. "A depender da classificação do setor, o ambiente terá
maior ou menor frequência de limpeza. No caso da UTI, recomenda-se que a
unidade passe por no mínimo três higienizações ao dia", esclarece Ana
Luíza.
No caso das macas utilizadas no Pronto
Socorro (Urgência) do HRL, elas também passam diariamente por processo de
limpeza, mas quando transportam um paciente que sangrou ou suspeito de ter
contraído uma doença infectocontagiosa, são encaminhadas automaticamente para
nova higienização.
"Quando há contaminação por matéria
orgânica - sangue e fluídos corpóreos que possam transmitir infecções, como a
urina -, é preciso primeiro remover o excesso desse material, iniciando-se a
limpeza química, com hipoclorito, por exemplo, ou a mecânica, que utiliza
álcool a 70%, água e sabão, sempre seguindo a técnica recomendada e fazendo uso
de EPIs [Equipamentos de Proteção Individual]", ressalta.
Por Tito Lívio de Santana
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