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Cláudia Aparecida Lopes, 30, teria seu terceiro
filho
na manhã de segunda-feira (6), mas foi
avisada que sua gravidez era psicológica.
Foto Alexandro Alves/Arquivo pessoal
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A Polícia de
Monte Carmelo (499 km de Belo Horizonte) apura o caso de uma mulher que iniciou
os procedimentos cirúrgicos para realizar uma cesariana, mas foi avisada pelo
médico que sua gravidez era psicológica. A família de Cláudia Aparecida Lopes,
30, que teria seu terceiro filho na segunda-feira (6), diz que ela passou por
todos os exames antes de entrar no centro cirúrgico e suspeita de que houve
erro médico.
O
marido de Claúdia, Alexandro Donizete Oliveira Alves, 23 registrou um boletim
de ocorrência. O CRM-MG (Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais) também
apura o caso.
Segundo
a família, a informação de que não havia uma criança no útero da mulher foi
dada pelo médico que fez os exames de pré-natal.
Os
procedimentos médicos ocorreram no hospital Santa Terezinha. "A minha mãe
estava se preparando para entrar na sala de cirurgia para ficar com a Cláudia
quando veio essa notícia de que era [gravidez] psicológica", disse
Alves.
Minutos
antes de Cláudia ser submetida à cesariana, Alexandro Alves fez uma foto da
mulher deitada na maca. Na imagem é possível notar a barriga da dona de casa. O
marido disse que o exame de gravidez foi feito por meio de um teste comum de
farmácia.
"Ele
deu positivo, por isso a Cláudia disse que não precisava fazer o de sangue."
Alexandro
ainda disse que a barriga de Cláudia Lopes começou a crescer logo após o exame
e que ela chegou a fazer um ultrassom.
"Não
acompanhei nesse processo, porque estava sempre trabalhando, mas fui à consulta
e o médico chegou a dar o sexo do bebê. Disse que era um menino."
O marido registrou um boletim de ocorrência (BO) contra hospital Santa
Terezinha, onde a mulher ainda está internada em observação. O médico José
Tomás Oliveira, 72, não quis falar, mas aos policiais ele negou que um dos documentos
onde comprovava a gravidez de 16 semanas tenha sido assinado por ele.
Para o marido, ele justificou que tudo aconteceu porque Cláudia Lopes teve uma
gravidez psicológica. "O trabalho dele então era tentar tirar isso da
cabeça dela e não alimentar ainda mais as esperanças. Ele deixou chegar no
último momento para nos avisar", disse Alves. O hospital não quis se
pronunciar.
Investigação
A delegada Cláudia
Coelho Franchi investiga o caso. Segundo ela, foi instaurado um inquérito e
será pedido exames para identificar se havia ou não um feto no útero da dona de
casa.
As testemunhas
devem ser ouvidas durante a semana e toda a documentação será avaliada.
"Ainda estamos no início das investigações. É cedo para afirmar
algo", afirmou.
Exames
O médico pediatra
Melicégenes Ambrósio disse que dificilmente um médico marcaria uma cesariana
antes de avaliar os batimentos cardíacos do bebê.
"São exames
simples e básicos que existem em qualquer hospital, independente da localização
dele. Seria facilmente identificada essa falsa gravidez", disse.
"Em oito
semanas de gestação já é possível escutar os batimentos cardíacos do bebê. Em
quatro meses ele já se mexe na barriga da mãe. Algo precisa ser bastante
investigado nesta história", afirmou.
CRM
O corregedor do
CRM-MG, Alexandre de Menezes Rodrigues, informou que o órgão instaurou uma
sindicância para apurar o caso. Segundo ele, foram solicitadas todas as
documentações necessárias para o hospital, o médico e também para a família de
Cláudia Lopes.
"Vamos avaliar
os dois ultrassons apresentados pela paciente e saber se o médico fez o
procedimento da cesariana apenas com a apresentação do exame, até porque o
ultrassom é um exame complementar. É preciso também ter o exame de sangue que
aponte essa gravidez."
Rodrigues também
informou que será feito o pedido de todo o prontuário da paciente no hospital
Santa Terezinha e também na rede pública de saúde da cidade.
"Ela precisa
ter no mínimo cinco consultas. Toda a documentação será minuciosamente
avaliada. Nós temos os relatos de duas partes e
eles serão apurados", disse.
Por:
Renata Tavares
Do UOL, em Uberlândia
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