José
Ricardo Roriz Coelho*
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Jose Ricardo Roriz Coelho |
O
pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na ONU foi muito correto na crítica
à espionagem cibernética dos Estados Unidos, realmente uma afronta às relações
internacionais e à autonomia dos povos, e na análise da crise econômica
mundial, cuja fase mais aguda já passou, mas que ainda tem efeitos graves no
mercado de trabalho, nos investimentos e no comércio exterior. Firme e
pertinente, o discurso, contudo, não exime o Brasil das lições de casa que
precisa fazer em defesa de sua soberania e de seus setores produtivos.
No
primeiro caso, é preciso reconhecer que, pelo menos há duas décadas, as Forças
Armadas têm recebido investimentos muito aquém das necessidades de defesa de um
país com mais de 200 milhões de habitantes, quase oito mil quilômetros de litoral,
15.719 de fronteiras terrestres e área total de 12,71 milhões de quilômetros
quadrados (considerando as 200 milhas náuticas nacionais e a extensão da
plataforma continental). Somos pacíficos, democráticos e respeitosos à
autodeterminação das nações. Porém, não podemos subestimar a História, esta
imensa caixa de surpresas. Afinal, vivemos num mundo onde recursos naturais
como a Amazônia, o Pré-sal, a biodiversidade mais abundante, a maior reserva
hídrica e a mais ampla área agricultável disponíveis no Planeta despertarão
cada vez mais cobiças.