O Papa Francisco assinou na manhã de hoje,
quinta-feira (11) um decreto que reforça as sanções penais contra os abusos a
menores de idade na Santa Sé e na cúria (o governo do Vaticano), o que inclui
os crimes de pedofilia e a prostituição de menores.
O texto, que introduz ainda nas leis vaticanas o delito de tortura, inclui
"o conjunto da categoria dos crimes contra os menores: a venda,
prostituição, recrutamento e violência sexual contra eles, a pornografia, a
posse de material pornográfico e os atos sexuais com menores".
Em seu postulado, o Sumo Pontífice tomou também
medidas contra a corrupção na Santa Sé. Anteriormente, o papa Francisco
anunciou reformas no Banco do Vaticano.
Uma Igreja
"doente" de "narcisismo teológico"
Mesmo antes de sua nomeação como papa, quando ele
ainda era cardeal, Jorge Mario Bergoglio já criticava certos descaminhos do
Vaticano. Em seu discurso no conclave de cardeais, ele advertiu que,
"quando a igreja não sai de si mesma para evangelizar, ela se torna
autorreferencial e, portanto, fica doente". Ele alertou contra a
"autorreferencialidade" e o "narcisismo teológico". Ele
também criticou a "igreja mundana, que vive para dentro de si própria, por
si própria e de si própria".
Em vez de usar uma cruz de ouro, ele usa uma de
aço. E ele vive em um apartamento modestamente mobiliado na Casa Santa Marta
(onde se hospedam os cardeais no período de conclave), em vez de viver no
Palácio Apostólico. Recentemente, em vez de ocupar seu lugar na sala de
concertos do Vaticano para ouvir música clássica, ele permaneceu em sua mesa
trabalhando na versão final de seu decreto relacionado ao banco do Instituto de
Obras Religiosas (IOR) do Vaticano.
Com a sua assinatura, ele criou uma poderosa
comissão papal especial para analisar as atividades do banco. Ele também disse
que a nova comissão terá o dever de mudar tudo no Banco do Vaticano, como
também é conhecida a instituição. O papa Francisco disse ainda que o Vaticano
certamente precisa de um banco, mas que as áreas de negócio da instituição só
devem chegar a até "certo ponto".
Visita do papa ao Brasil
No Brasil, a Companhia de Jesus, ordem da qual faz
parte o papa Francisco, considerou a eleição de Jorge Bergoglio uma surpresa,
já que, teoricamente, nenhum dos membros da companhia poderia aceitar tal
cargo.
"Não podemos aceitar cargos eclesiásticos, a
única ressalva é se o cargo for para ajudar e estar a serviço da igreja. Se com
suas capacidades ele puder ajudar à igreja, ele pode aceitar. Então, a igreja
mostrou que precisa da Companhia de Jesus nesse momento da história",
disse o porta-voz da Companhia, Geraldo Lacerdine.
Segundo Lacerdine, a escolha de um papa jesuíta
ocorreu porque a Igreja Católica precisa se abrir para o diálogo, e a Companhia
de Jesus tem como tradição a interlocução entre povos, culturas e religiões.
A companhia prepara suas estruturas para receber
jovens jesuítas de várias partes do mundo para os eventos da Jornada Mundial da
Juventude, que acontece no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 28 de julho e terá
a participação do pontífice.
Fonte: Do
UOL, em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário