Guilherme Balza:
Do UOL, em
São Paulo
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Avião de transporte modelo C-95A BandeiranteAgência Força Aérea/Sgt Johnson |
Não
são só as principais autoridades políticas do país ou chefes militares que têm
direito de voar em aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira). Qualquer cidadão
civil também pode pleitear um lugar nos voos da Aeronáutica, sem custo nenhum,
para todas as regiões do país, desde que haja vagas nas aeronaves.
A diferença é que, enquanto o
vice-presidente da República, ministros de Estado, presidentes do Legislativo
(Câmara e Senado) e do STF (Supremo Tribunal Federal), além dos comandantes das
Forças Armadas, têm direito a utilizar as aeronaves para viagens exclusivas,
desde que embarquem a trabalho e por motivo de segurança ou emergência médica,
o cidadão comum só pode voar com a FAB em voos já programados.
Nos últimos dias, se tornaram públicos casos de autoridades que fizeram uso indevido de
aviões da FAB, como o presidente do Congresso Nacional, senador
Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara dos Deputados, deputado
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o ministro da Previdência, Garibaldi Alves
(PMDB).
No caso de passageiros comuns, a
viagem é condicionada à disponibilidade de voos de transporte, o tipo de missão
que a FAB irá cumprir e à existência de vagas livres nos aviões. Os voos não
são regulares, portanto não têm datas, horários e destinos previamente
definidos. Os modelos de aeronaves são diversos: o passageiro pode embarcar,
por exemplo, no conforto de um jato C99, que costuma transportar autoridades,
ou até em um turbo-hélice Bandeirante, com capacidade para cerca de 20 pessoas.
Os interessados devem procurar o CAN
(Correio Aéreo Nacional) de sua região, preencher uma ficha de inscrição,
anexar cópias da identidade e do comprovante de residência e informar o trecho
que deseja voar –menores devem ser inscritos pelos pais ou responsáveis legais.
Após o cadastro, o CAN entra em contato com interessado quando houver voo
confirmado para o trecho solicitado e vagas disponíveis.
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Avião de transporte da FAB modelo C99 |
Há trechos com viagens frequentes,
sobretudo entre as principais capitais do país, mas, segundo o setor de
comunicação da FAB, a principal demanda está na região Norte, por cidadãos que
viagem para cidades situadas em áreas remotas e de difícil acesso, como São
Gabriel da Cachoeira (AM), por exemplo. Também há muita procura na região do
Pantanal.
A reportagem ligou para as 17 unidades
do CAN, situadas em 14 Estados e no Distrito Federal. Os telefones foram indicados
na página oficial da FAB para que os interessados possam
obter informações. Na maior parte dos casos, não foi possível obter informações
sobre voos. Em muitas unidades, o telefone informado não existe, a ligação não
completa ou o número não pertence mais à FAB.
Em São Paulo, Campo Grande,
Fortaleza, Canoas e Santa Maria (ambos no Rio Grande do Sul) foi possível obter
informações sobre os voos previstos e orientações de como manifestar interesse.
Veja abaixo como foi o atendimento em cada unidade:
Campo Grande – não havia voos disponíveis; inscrições pessoalmente, de segunda a
sexta, das 8h às 14h
Fortaleza – não havia voos disponíveis; inscrições pessoalmente, de segunda a
sexta, das 8h às 14h
São Paulo – atendentes solicitaram o envio de um email para que encaminhassem a
ficha de inscrição para os voos solicitados --havia voos para vários destinos
Canoas (RS) – havia somente um voo programado, para Santa Maria (RS)
Santa Maria (RS) – sem voos programados, mas com previsão de vários
voos para Porto Alegre nos próximos dias
Florianópolis – expediente encerrado
Belo Horizonte – não souberam fornecer informações sobre os voos e
orientaram ligar para o CAN do Rio de Janeiro
Belém – ninguém atendeu
Brasília – ninguém atendeu
Porto Velho – ninguém atendeu
Rio de Janeiro – ninguém atendeu
Boa Vista – ligação não completa
Manaus – ligação não completa
Natal – ligação não completa
Pirassununga (SP) – número informado não existe
Recife – número informado incorreto
Salvador – número informado incorreto
À reportagem do UOL, a secretaria de
comunicação da FAB, situada em Brasília, disse que irá corrigir os números
informados na página oficial do órgão.
Fonte: OUL São Paulo
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