Bens dos donos da
empresa estão indisponíveis; decisão vale para todo o País
Por: Vitor Sorano - iG São Paulo | 19/06/2013
20:37:06

Os bens de Carlos Costa e Carlos
Wanzeler, sócios administradores da Ympactus Comercial LTDA – empresa que
opera a Telexfree – foram bloqueados pela decisão da juíza 2ª Vara Cível
de Rio Branco, Thaís Queiroz Borges de Oliveira Abou Khalil.
A suspensão dos pagamentos e dos novos cadastros
vale até que a ação principal seja julgada, o que não tem data para ocorrer.
De acordo com o material de divulgação, a Telexfree
é um sistema de telefonia pela internet que utiliza o marketing multinível para
fazer a venda dos pacotes VoIP. É possível atuar como vendedor e como
divulgador. Nesse último caso, o interessado deve pagar uma taxa de adesão e
fazer anúncios na internet. Os vencimentos variam de acordo com o número
de anúncios colocados, mas também com a quantidade de novos divulgadores
angariados para a rede.
A Telexfree passou a ser investigada pelo
Ministério da Justiça depois que diversos Procons do País foram consultados
sobre o sistema – o procurador-geral de Mato Grosso, Paulo Prado, afirmou que
no Estado pessoas estavam vendendo joias e carros para investir dinheiro no
sistema.
Em março, o Ministério da Fazenda informou que o
modelo não é sustentável e sugeriu que o negócio se trata de uma pirâmide
financeira, por depender do dinheiro dos novos aderentes para pagar os antigos,
e não da venda dos pacotes VoIP.
Nos Estados Unidos, onde a empresa foi fundada, a
Telexfree Inc. contratou em março um advogado que atuou em pelo menos dois
casos de pirâmide financeira desmantelados pela Justiça, como o iG mostrou.
Os representantes sempre negaram irregularidades.
Na noite desta quarta-feira (19), não retornaram os contatos feitos pela
reportagem.
Em vídeo colocado numa rede social, Carlos Costa
diz que a empresa não foi comunicada oficialmente da decisão, mas que tentará
derrubar a liminar.
"O foco da Telexfree é o recrutamento de
pessoas. Como é uma atividade que não tem sustentabilidade, na hora que não
tiver mais gente para entrar, a cadeia quebra e as pessoas vão ficar no
prejuízo”, explicou a promotora Nicole Gonzalez Colombo Arnoldi, uma das
responsáveis pela medida cautelar que resultou na decisão, segundo nota do
Ministério Público do Acre (MP-AC).
Em entrevista exclusiva ao iG em março, um dos sócios da Ympactus, Carlos
Costa, afirmou que a empresa tinha mais de 450 mil associados. Seu
advogado, Horst Fuchs, falava em 600 mil.
Segundo a promotora Nicole, apenas no Acre são 70
mil cadastrados e, se cada uma tivesse que vender pelo menos 10 pacotes VoIP
como é previsto, praticamente toda a população do estado teria de adquirir o
produto.
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