O
mundo a nossa frente nos mostra que como em um rio, poderemos observar sua
corrente, mas nunca mudar seu curso. O curso da história é inexorável. A roda,
as grandes descobertas, os grandes descobrimentos, a exploração do homem pelo
homem, as guerras, os ditadores , as civilizações que nos antecederam , o
poder e a glória, não resistiram ao tempo.

Quando o terceiro de meus quatros filhos se separou, consolidei a ideia de que
não vivo das minhas experiências. Vivo das observações das novas, que acontecem
a cada dia e que modificam totalmente, as “minhas verdades”.
Talvez a teoria existencialista que destaca a subjetividade, a liberdade e a
responsabilidade individual , seja um parâmetro para pensarmos o que acontece!
Começa por definir que as regras sociais (inclusive casamento), nada mais
são que uma tentativa de ordenação social querendo com isso traduzir que quanto
mais ordenada, mais funcional seria a sociedade. Cada questionamento; o que
fazemos , quem somos, para onde vamos e o que nos move, revela-nos a falta de
uma diretriz realmente alicerçada na felicidade que muitas vezes nem poderemos
definir. Regras não definem ou conduzem a uma certeza de felicidade. Não
adianta a ordem?
Se a natureza precede a essência, é lógico pensar que nada de nós existe antes
disso e a cada um não é dado nada, a não ser a capacidade de auto
definir-se a cada ato e escolha.
Sou totalmente responsável pelo que sou e sobre o que realizo. Sartre diz que,
somos condenados a ser livres, com isso querendo expressar que “ condenado
porque não se criou a si próprio e no entanto livre pois após ser lançado ao
mundo é responsável por tudo que fizer”.
“ Eu seria um grande pai de família, mas não tenho muita paciência” ou ainda “
O ideal é que eu ficasse mais tempo com meus filhos, mas tenho que trabalhar”.
Nada disso serve de desculpa ou consolo. Não podemos responsabilizar ninguém
pelo que fizemos. O que determina o que somos, são nossas ações do dia a dia e
não aquilo que poderíamos ter feito.
Quando escolhemos um caminho, é importante pensar que estamos negando todos os
outros a nossa frente. A vida com responsabilidade é então recheada de angustia
até pela nossa liberdade ou por causa dela. Quando então se pensa que viver é
procurar sempre o crescimento, e isso só depende de nós, uma profunda solidão
poderá se instalar, mas, realmente crescer não é tarefa fácil.
Realmente para que se aprenda, é preciso trilhar as estradas, cair nos buracos,
caminhar por atalhos errados e perigosos. O pior é que isso é verdade em qualquer
idade que tenhamos.
Amar e ser amado! Estar com o outro! Decidir conjuntamente! Brigar , discutir ,
mas sempre tendo o outro como o seu amor!
Será que isso é tão difícil?
A responsabilidade da escolha, a responsabilidade do caminho! É de cada um! Não
existe uma responsabilidade segundo uma época.
“ Ah! Hoje o mundo está diferente!” Não!! O mundo está aí como sempre
esteve. Não podemos atribuir a fatores fora de nós as derrotas de nossos
planos. Nós somos o inicio, o meio e o fim de nossas escolhas.
Rubens
Paulo Gonçalves,
Médico pela PUC do Paraná,Ginecologista e Obstetra pela Febrasgo, com
residência no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de
Medicina da USP, Dr. Rubens Paulo Gonçalves, mora em São Paulo e trabalha desde
1971 no Hospital Albert Einstein, na Pro Matre e no Hospital São Luiz, além de
dirigir o Centro Ginecológico e Obstétrico Paulista. Também, é autor de três
livros com temática médica: Gravidez para Grávidas, Desafio da Menopausa e
Envelhecer Bem e escreve atualmente para seu site:
www.rubenspaulogoncalves.com.br
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