A batalha judicial entre Rita Lee e as
autoridades policiais de Sergipe rendeu um prejuízo de R$ 40 mil para a
cantora, após acordo feito na Vara Criminal da cidade de Barra dos Coqueiros. A
cantora foi denunciada por 35 policiais militares por apologia ao
crime/criminoso e por desacato logo depois de um show, no dia 28 de janeiro, na
praia de Atalaia Nova, região metropolitana de Aracaju. Ela ainda responde a
processos nas 6ª, 7ª, 9ª e 15ª Varas Cíveis, todos movidos por policiais
militares. Os R$ 40 mil serão depositados na conta do Fundo Judiciário, nos
quais os recursos são destinados para atividades nas comunidades locais, neste
caso no município de Barra dos Coqueiros. O acordo também prevê a proibição de
Rita Lee de se ausentar por mais de 30 dias da região onde mora (em São Paulo)
sem uma autorização judicial, pelo período de dois anos. A proposta inicial
feita pelo promotor de Justiça substituto, Ricardo Machado Oliveira, era que o
valor final fosse de R$ 115 mil em favor do Fundo Municipal para Criança e
Adolescente da Barra dos Coqueiros, mas o total foi reduzido em acordo com a
cantora. Cada militar também entrou com uma ação especifica, cobrando
uma indenização no valor de R$ 24.880.
No processo, o promotor destacou as falas de
Rita Lee durante o show de janeiro em Aracaju. Segundo o documento, a cantora
interrompeu a apresentação, se direcionou aos policiais que faziam a segurança
do evento e perguntou: "O que vocês estão procurando, queridos policiais?
Baseado? Vão achar! Alegria? Vão achar!". Em seguida, ela teria dito:
"Não vai me dizer... não, não é! Não pode ser! Por causa de um
'baseadinho'? É isso? Cadê o 'baseadinho' para eu fumar aqui agora? Eles não
vêm me pegar! Vem cá, gatos, gatinhos! Ah, vão embora, não, não". O
promotor apontou ainda que a cantora, de posse do microfone, falou para o
público: "Vocês podem fumar baseado à vontade, que esses cachorros, filhos
da puta, não vão prender ninguém, não. Eu vou acender um em cima do palco,
quero ver o homem me prender". O promotor finalizou que a "autoria e
a materialidade dos crimes" estão fundidos através dos depoimentos
prestados pelas testemunhas e mídia de áudio e vídeo anexados aos processos.
Rita Lee esteve em Aracaju no dia 8 de novembro para ser ouvida em audiência no
7º Juizado Especial Cível, no bairro Santa Maria.
Por: Paulo Rolemberg Do UOL, em Aracaju
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