Márcio Garcez faz exposição na Câmara dos Deputados
sobre Lambe-sujos e Caboclinhos
A exposição Lambe-sujos e Caboclinhos apresenta
quarenta fotografias da tradicional festa que narra o combate entre escravos e
índios, na histórica cidade de Laranjeiras, em Sergipe, Patrimônio Histórico
Nacional. Nas fotos da festa, que acontece sempre no segundo domingo de
outubro, estão a dança do folguedo, comidas típicas, manifestações teatrais,
gestos e performances. Os Caboclinhos, índios catequizados pelas missões
jesuítas, participam do evento figurando como “auxiliares de captura” dos
escravos fugitivos e refugiados nos quilombos – os Lambe-sujos. Fotógrafo
premiado e com publicações em várias revistas, Márcio Garcez mostra os dois
grupos com imparcialidade para buscar a melhor imagem da tradicional
manifestação folclórica e cultural.
Márcio Garcez atualmente é um dos mais requisitados
e premiados fotógrafos da nova geração de sergipanos. Não sem razão, foi
selecionado em edital nacional, com o conceito “A” pela Comissão Consultiva do
Espaço Cultural da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Desde o final do século XIX, em todos os segundos
domingos do mês de outubro, ocorre esse tradicional embate nas ruas calçadas de
pedras de Laranjeiras. Os protagonistas são os habitantes da cidade, os
visitantes curiosos e os vários turistas, que são seduzidos pelo forte apelo
popular da manifestação cultural, e tornam-se coadjuvantes do folguedo.
A cidade é tomada pelo aroma do mel de cabaú que,
mesclado à tinta preta, cobre todo o corpo dos *Lambe-sujos*, deixando à vista
o expressivo olhar dos personagens e o vigoroso vermelho dos gorros. As armas
são foices manipuladas por mãos calejadas que trazem a marca do trabalho
escravo nos canaviais. Chupetas e cachimbos completam a caracterização. Já os
Caboclinhos, pintados de tinta vermelha, armados com arcos e flechas e ornados
com penas, à moda indígena, formam pequenos grupos que entram em cena para
perseguir os escravos fugitivos. Os Lambe-sujos são irreverentes, enquanto os
Caboclinhos são mais contidos, como guerreiros sempre aptos à luta.
O evento começa no sábado, com o cortejo que
percorre as feiras livres e o mercado municipal. O objetivo é angariar
alimentos que serão utilizados no almoço oferecido no dia seguinte a todos os
participantes do evento. O domingo já amanhece em festa, com muito som feito
por diferentes instrumentos. Os desfiles acontecem durante todo o dia pelas
estreitas ruas da cidade. As pessoas que não atendem aos pedidos de donativos
dos Lambe-sujos são meladas pela tinta preta, fato que dá o tom da brincadeira.
Depois do almoço, ocorre o ápice da festa, quando as princesas dos Lambe-sujos
são sequestradas e inicia-se a “guerra”. Os negros são vencidos.
Com informações do Jornal da Câmara
Período: de 6 a 29 de novembro
Horário: de 2ª a 6 ª feira, das 9 às 17 horas
Local: Galeria do 10ºandar do anexo IV
Entrada franca
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